A proposta de atualização do Imposto de Renda voltou ao centro das discussões econômicas com o Projeto de Lei nº 1.087/2025, que traz mudanças significativas tanto para trabalhadores quanto para contribuintes de alta renda. As novidades no imposto de renda prometem alterar a forma como milhões de brasileiros declaram e pagam o tributo nos próximos anos. As alterações já foram aprovadas pela Câmara dos Deputados e agora aguardam votação no Senado Federal.
O principal destaque é a ampliação da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais, acompanhada da criação de uma alíquota mínima para rendas mais altas. Essa medida busca equilibrar o sistema tributário, aliviando a carga sobre quem ganha menos e ampliando a contribuição de quem tem rendimentos mais elevados.
Embora o projeto ainda não esteja em vigor, as mudanças propostas têm gerado grande expectativa. O governo estima que, se aprovado, o impacto real dessas medidas começará a ser sentido a partir do exercício de 2027, referente ao ano-calendário de 2026.
O que o Projeto de Lei 1.087/2025 propõe
O Projeto de Lei 1.087/2025 busca corrigir defasagens históricas na tabela do IRPF, que há anos não acompanha a inflação e o aumento do custo de vida. Entre as principais novidades no imposto de renda, destaca-se o aumento da faixa de isenção para até R$ 5 mil. Atualmente, o limite é de R$ 2.824,00, o que faz com que muitos trabalhadores de renda média acabem pagando imposto mesmo com salários modestos.
Além da ampliação da isenção, o projeto propõe uma tributação mais justa para as camadas mais altas de renda. Isso incluiria a criação de uma alíquota mínima para rendimentos considerados elevados, de forma a evitar distorções e equilibrar a arrecadação. O objetivo é tornar o sistema mais progressivo, reduzindo a disparidade entre quem ganha pouco e quem ganha muito.
Impactos esperados para trabalhadores e famílias
Para a classe média, as novidades no imposto de renda podem representar um alívio no orçamento mensal. Com o aumento da faixa de isenção, muitos contribuintes deixarão de pagar o imposto ou terão valores menores retidos na fonte. Isso pode significar mais dinheiro disponível para consumo, poupança ou investimento em áreas essenciais, como educação e saúde.
Já para os profissionais de alta renda, o impacto será o oposto: a tributação mínima criada pelo projeto tende a aumentar a carga tributária sobre os rendimentos mais elevados. Essa medida busca corrigir distorções no sistema atual, onde parte significativa da arrecadação vem da classe média, enquanto contribuintes com ganhos maiores, em alguns casos, são menos afetados.
Quando as mudanças devem valer
De acordo com o cronograma do governo, as alterações previstas no Projeto de Lei 1.087/2025 só devem gerar efeitos práticos a partir de 2027, correspondendo ao ano-calendário de 2026. Isso significa que as regras ainda não se aplicam às declarações de 2025, referentes a 2024.
O período entre a aprovação e a entrada em vigor é necessário para ajustes técnicos e adaptação dos sistemas da Receita Federal. Além disso, o governo precisa regulamentar detalhes operacionais, como a nova forma de cálculo das alíquotas e as atualizações nos programas de declaração.
Motivações para a proposta
A proposta de revisão da tabela do IRPF vem sendo discutida há anos, principalmente devido à defasagem acumulada. Estima-se que a tabela atual esteja defasada em mais de 130% em relação à inflação desde 1996. Na prática, isso significa que muitos contribuintes passaram a pagar imposto mesmo sem ter tido aumento real de renda.
As novidades no imposto de renda buscam corrigir essa distorção, garantindo que o imposto incida de forma mais justa sobre a renda efetiva. Além disso, o projeto reforça a ideia de progressividade, um princípio essencial na tributação moderna, que determina que quem ganha mais deve contribuir com uma parcela maior.
Como a nova faixa de isenção pode beneficiar os contribuintes
O aumento da isenção para R$ 5 mil mensais pode tirar milhões de brasileiros da obrigação de declarar o imposto. Trabalhadores com renda até esse valor deixarão de ter desconto de IR na folha de pagamento, o que resultará em mais recursos disponíveis mensalmente.
Esse alívio financeiro pode impulsionar o consumo interno e ajudar famílias que enfrentam dificuldades com o aumento do custo de vida. Por outro lado, é importante lembrar que essa mudança reduzirá a arrecadação federal, o que exigirá do governo um equilíbrio nas contas públicas para compensar a perda de receita.
Tributação de altas rendas: o outro lado da balança
O projeto também cria uma nova alíquota para rendas mais altas, ainda em estudo pelo Ministério da Fazenda. A ideia é garantir que a compensação da isenção venha principalmente de quem tem maior capacidade contributiva. Essa medida é vista como um passo em direção a um sistema mais equilibrado, em que todos participem de forma proporcional.
Apesar de gerar debates, a proposta de tributar grandes rendimentos é comum em países desenvolvidos. A expectativa é que essa mudança contribua para reduzir desigualdades e fortalecer a justiça fiscal, sem prejudicar a competitividade econômica.
O que ainda falta para a proposta virar lei
O Projeto de Lei 1.087/2025 foi aprovado pela Câmara dos Deputados e agora segue para análise no Senado Federal. Caso receba o aval dos senadores, será encaminhado à sanção presidencial. Somente após essa etapa o texto passará a valer como lei.
Até lá, o governo poderá propor ajustes no texto, conforme discussões com setores econômicos e especialistas em tributação. A expectativa é que, com a aprovação, o país avance para um modelo mais equilibrado e transparente de arrecadação, beneficiando especialmente quem ganha menos.
O que esperar das próximas etapas?
As novidades no imposto de renda previstas no Projeto de Lei 1.087/2025 representam uma tentativa de modernizar o sistema tributário e torná-lo mais justo. Se aprovadas, as medidas trarão alívio para milhões de brasileiros e exigirão maior contribuição dos que estão no topo da pirâmide de renda.
O momento ainda é de acompanhamento. Trabalhadores, contadores e especialistas devem ficar atentos às próximas votações no Senado e às orientações oficiais da Receita Federal. A mudança promete marcar um novo capítulo na política tributária brasileira, com foco em equidade e responsabilidade fiscal.